sexta-feira, 19 de novembro de 2010

"A DEUSA DA LUZ"





Durante algumas pesquisas sobre figurino, encenação, encontrei o nome de uma figura interessantíssima. Tão interessante a ponto de projetar, além de outros, a mudança na concepção de luz, dança e figurino, quem sabe encenação, no século XIX: Loie Fuller (1862-1928).

Norte-americana, Loie Fuller foi, em sua arte, exploradora da iluminação elétrica, algo que era até então uma novidade no seu tempo, tanto que era vista enquanto “magia” pelo senso comum da época.


Criou sensação na transição dos dois séculos responsáveis pela visão de encenação que se tem hoje, tanto na América, quanto na Europa.

Leia-se transição: o Théâtre-Libre de Paris, a Freie Buhne de Berlim, o Teatro de Arte de Moscou. Appia, Reindhart, Meyerhold, Paul Fort, Craig, etc.


Dançarina, Loie Fuller, não revolucionou, como já disse, somente na dança a sua interdimensionalidade coreográfica, mas abriu a concepção de “ que a iluminação elétrica pode, por si só, modelar, modular, esculpir um espaço nu e vazio, dar-lhe vida, fazer dele aquele espaço do sonho e da poesia ao qual aspiravam os expoentes da representação simbolista (...)”[ROUBINE p.21]. 

Assim sendo, ali, a iluminação elétrica e à gás, torna-se um dos principais instrumentos de estruturação/dinamização do espaço cênico. A utilização da luz não se encerra a uma definição atmosférica na cena.

A luz, torna-se um fundamental parceiro do ator, ou do dançarino, do artista no palco. Cria-se uma dimensão grande de sonho, encantamento.

Abaixo segue  um vídeo da própria, demonstrando a surpresa da época:

 






Pra quem quer saber mais:




Rhonda K. Garelick. Electric Salome: Loie Fuller's Performance of Modernism

Roubine, Jean Jacques. A Linguagem da Encenação Teatral. Trad. Yan Michalki. 2º edição, ed. Jorge Zahar,1998 – Rj

Current, Richard Nelson, Current  Marcia Ewing. Loie Fuller: Goddess of Light 


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Publicações - Livro - CLARICE EM CENA: As Relações Entre Clarice Lispector E O Teatro

"Instigante e criativo é o modo como André Luís Gomes organiza seu volumoso material de pesquisa sobre as relações entre Clarice Lispector e o teatro e que espõe neste livro, Clarice em cena.
Metaforizando a encenação teatral, propõe visão ampla dos espaços em que o espetáculo se desenvolve, distribuindo-se entre platéia, bastidores e palco, suportes de estruturação da sua abordagem, que segue longo percurso e faz adequada seleção dos pontos de parada em que se detém.
Diante de repertório crítico já considerável, que nas últimas décadas se desdobrou em centenas de artigos, ensaios e livros sobre a obra escritora que examina, o autor segue, no entanto, uma via própria, ao desvendar territórios com um novo olhar, multiplicando as vias de acesso a essa obra e as possibilidades de diálogo em áreas afins."
Nádia Battella Gotli




Fica aí uma boa sugestão de Leitura. A partir de alguns ensaios, estudos aprofundados sobre a escritora, o Professor Doutor Anré Luís Gomes, da Universidade de Brasília, apresenta o seu livro, "CLARICE EM CENA: As Relações Entre Clarice Lispector E O Teatro" propondo com muita sutileza, desdobrar a obra da escritora, marcada por seu psicologismo, por sua "cena" no livro. Entenda o porquê.


CLARICE EM CENA: As Relações Entre Clarice Lispector E O Teatro, se encontra disponível nas melhores livrarias.